terça-feira, 8 de julho de 2008

Tudo sobre nada

Sinceramente, este é um dos temas que mais me preocupa. Porque é que sempre que alguém se lembra de escrever tem de ser sobre alguma coisa? Porque não se escreve só por escrever? Aliás, já alguém realmente escreveu e não teclou?

Eu gosto de escrever, aliás, liberta-me. Das melhores sensações que já tive na vida foi escrever sobre algo que nem sequer me lembro. Sei que estava em Agosto, em Albufeira, acampado, e por algum motivo corri para uma casa-de-banho a roubar papel e escrevi umas linhas. Penso que falava das estrelas, mas nem sei ao certo. Sei que cheguei ao fim e fiquei feliz por ter escrito. O conteúdo até poderia ser simplesmente digno do papel em que escrevia, mas sabe bem, liberta.

Vejo na escrita o amigo que posso sempre chatear. Sempre fui "orgulhoso" ao ponto de nunca ter "desabafado" com ninguém. Simplesmente escrevia. Escrevia de raiva, de mágoa, de felicidade, de tristeza, de amores, de desamores, do que me apetecia. E a coisa que mais gozo me dava era, depois de escrever, queimar a folha. Uma sensação de assunto feito e enterrado. Aconselho vivamente todos os que lerem a um dia fazerem o mesmo. E não estou a tentar fundar nenhuma religião com esta teoria.

Por falar em teorias, já alguém pensou alguma vez de como seria a melhor forma de levar a sua vida? Certamente que sim. Já repararam como (e isto vai bater certo em 90% dos casos) tudo não passa de uma teoria e acaba sempre por voltar ao mesmo? É triste, mas somos o animal mais "rotineiro" e acomodado do planeta. Estamos sempre de tal modo habituados a algo que nunca somos capazes de nos libertar das teias que nos rodeiam. Sabemos que não são as melhores, mas sabemos que podemos contar com elas, e assim vamos ficando, calma e tranquilamente, descansados nos nosso canto à espera que a aranha da morte nos leve.

Será que é esse o único objectivo da vida? Será que simplesmente vivemos para um dia morrer? Será que deixamos cá algo que venha a fazer falta para o futuro? Será que o nosso comportamento, maneira de ser, forma de vida, modo de pensar, acabou por servir para algo? Afinal, qual o nosso objectivo? O que andamos cá a fazer? Muitas vezes já o perguntei e em nenhuma delas encontrei uma resposta que me fizesse ficar minimamente satisfeito. Acho que ainda ando à procura.

E por aqui me fico ... começo sem tema e de tudo se fala, conforme nos apetece. Acho que todos deveriam fazer o mesmo. Não há melhor para "limpar" o que nos vai na consciência. Agora tenham uma boa noite e abraços!

6 comentários:

kanjas disse...

recordar deu-te vontade de escrever? vê la se nao a perdes. ata-lhe uma guita para o caso de isso acontecer ;)

O conteúdo até poderia ser simplesmente digno do papel em que escrevia, mas sabe bem, liberta.

Esta frase tem triplo sentido, nao tem? é que falar em papel higienico e libertar conduz o meu pensamento a um outro sitio ;P

Ana disse...

LOOOOOOOOOOOOOOOOL, estás-me a dizer isso a mim???? LOOOOOOOOOL! Geralmente os meus melhores textis saem-me qd não tenho nada para dizer!!! =D aliás,já leste a descrição da grafonola?? :-p não te podes considerar com falta de aviso...
Se gostas de falar sobre nada, dá um pulo aos dedos dos pés em flor. È um paraíso!! ;-)

Ana disse...

Eh páh, andaste a ver O sentido da Vida dos monty pyton, não andaste?

Sun Iou Miou disse...

Pena eu não te ouvisse esse conselho uns mesitos atrás. Muitas das coisas que escrevi, com certeza, ficavam melhor escritas em papel higiénico e queimadas a seguir, como merda que eram e merda que trouxeram. (Nem sei que faço eu aqui a desabafar a raiva, quando podia estar a escrever na casa-de-banho.)

Teté disse...

Mais vale escrever tudo sobre nada, do que nada sobre tudo! Esta não diz nada, mas saiu bem, não saiu? :)

Não sei porquê, hoje fartei-me de ler coisas sobre sanitas, papel higiénico, casas de banho, de um modo geral!

Será que me anda a passar algo ao lado??? ;)

melga disse...

Para já, és campeão do mundo, depois logo se ve.